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Tensão geopolítica entre Estados Unidos e China abala mercado financeiro

Visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA ligou alerta para conflito na região separatista de Taiwan

Tensão geopolítica entre Estados Unidos e China abala mercado financeiro (Reprodução)

A iminente visita da presidente da Câmara dos Representante dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan acendeu um novo alerta de tensão geopolítica no mundo. A China já alertou que haverá “sérias consequências” caso a visita realmente ocorra e afirmou que as forças armadas estão em alerta.

Por volta das 10h42 (horário de Brasília), o jornalista Renato Souza repassou a informação de que o avião da Força Área dos EUA havia pedido permissão para pousar no aeroporto de Taipei, na Ilha de Taiwan.

Segunda na linha de sucessão à presidência norte-americana, Pelosi seria a mais alta autoridade política do país a viajar para a ilha separatista desde 1997. Esse gesto incomoda o governo chinês já que a ilha autogovernada de Taiwan é considerada uma província separatista que a China deseja que volte a ser parte do país. Eles inclusive não descartam o uso de força armada para garantir que isso ocorra.

Na semana passada o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, alertou que seu país tomaria “medidas firmes e resolutas” se Pelosi prosseguisse com sua visita. “E os EUA serão responsáveis por todas as graves consequências“, disse ele.

Já o coronel Tan Kefei afirmou ao jornal local China Daily que “se o lado dos EUA insistir em seguir em frente, os militares chineses nunca ficarão parados e tomarão medidas fortes para impedir qualquer interferência externa e tentativas separatistas de ‘independência de Taiwan‘”.

Vale lembrar que Taiwan tem um forte apoio dos dois principais partidos norte-americanos (Democratas e Republicanos), tanto entre os eleitores quanto dentro do próprio Congresso. Pelosi, inclusive, tem sido uma forte crítica da China ao longo de sua carreira. Ela já denunciou violações de direitos humanos, se reuniu com dissidentes pró-democracia e também visitou a Praça Tiananmen para homenagear as vítimas do massacre de 1989.

Ela se recusou a discutir detalhes da viagem, mas disse na semana passada que era “importante para nós demonstrar apoio a Taiwan“. O presidente norte-americano Joe Biden não demonstrou apoio á visita, afirmando que “o departamento de defesa acha que não essa é uma boa ideia“.

Com toda a tensão gerada, os mercados reagiram negativamente. Na Ásia, os principais índices fecharam em queda. O Hang Seng, em Hong Kong, liderou as quedas do dia recuando -2,36%, seguido pelo Xangai Composto, na China continental, que caiu -2,26%. O Taiex, em Taiwan, perdeu -1,56%, enquanto o Nikkei, em Tóquio, registrou baixa de -1,42%. Em Seul, o Kospi desvalorizou -0,52%. Enquanto isso, nos Estados Unidos, por volta das 11h (horário de Brasília), o Dow Jones recuava -0,85%, seguido pelo S&P 500 que caía -0,60% e o Nasqad que perdia -0,45%.


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