Nos últimos seis meses, 95% da população brasileira sentiu a alta generalizada dos preços causadas pela inflação, conforme mostra a pesquisa Comportamento e economia no pós-pandemia encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Instituto FSB Pesquisa.
Esse número é 22 pontos percentuais acima do registrado em novembro de 2021, quando 73% afirmaram ter percebido aumento de preços. Além disso, 64% da população afirma ter reduzido gastos nos últimos seis meses, sendo que em novembro 74% já haviam feito cortes nas despesas.
O orçamento foi ocupado com gastos crescentes e inevitáveis, como a conta de luz, gás de cozinha, cesta básica e remédios. A pesquisa mostra que 59% dos pesquisados aumentaram seus gastos com conta de luz, 56% com gás de cozinha, 52% com arroz e feijão, 51% com água e luz e 50% de combustível, 49% de frutas e verduras e 48% de carne vermelha.
Enquanto isso, os seis em cada dez brasileiros que foram forçados a cortar os gastos fizeram o seguinte: 34% dizem ter deixado de comprar material de construção; 29% cancelaram TV por assinatura; 24% deixaram de fazer refeições fora de casa; 23% deixaram de comprar eletrodomésticos; 15% deixaram de consumir combustível e 16% reduziram esse gasto; 15% deixaram de comprar roupas e sapatos, 14% afirmam não usar mais transporte público e 12% cortaram a conta de celular.
Além disso, para tentar gastar menos, 31% reduziram o consumo de carne vermelha, 27% o de roupas de calçados, 25% de refeições fora de casa e 19% de conta de celular e 19% reduziram frutas e verduras na alimentação.
No entanto, parece que a luz no fim do túnel ainda está longe para os brasileiros. Mais da metade dos entrevistados (66%) acredita que a inflação vai aumentar nos próximos seis meses. Em novembro, o percentual era de 54%. Por conta disso, 38% irá continuar apertando as despesas nos próximos meses.