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Ata do Copom indica novo aumento da Selic em agosto

Banco Central ainda projeta manter a taxa de juros elevada por mais tempo para combater a alta dos preços

Ata do Copom indica novo aumento da Selic em agosto (Marcello Casal Jr/Agência BrasiL)

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) apontou que em agosto deve haver uma nova alta “de igual ou menor magnitude” na taxa básica de juros. Na semana passada, a Selic foi elevada para 13,25%, um aumento de 0,5 ponto percentual.

O BC ainda admitiu que a inflação de 2023 não deve voltar para o centro da meta apesar das altas da Selic, acrescentando que a taxa de juros precisará subir mais e ficar elevado por um período maior de tempo para combater a alta de preços.

O Comitê avalia, com base nas projeções utilizadas e seu balanço de riscos, que a estratégia requerida para trazer a inflação projetada em 4,0% para o redor da meta no horizonte relevante conjuga, de um lado, taxa de juros terminal acima da utilizada no cenário de referência e, de outro, manutenção da taxa de juros em território significativamente contracionista por um período mais prolongado que o utilizado no cenário de referência“, diz a ata do Copom. O BC projetava a Selic em 13,25% ao final de 2022 e em 10% em 2023.

A ata ainda afirma que “a inflação o consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, se mostrando mais persistente que o antecipado” e que os últimos dados vieram acima do esperado “tanto em componentes mais voláteis como naqueles mais associados à inflação subjacente”. Eles disseram que os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária seguem com inflação elevada e as diversas medidas de inflação subjacente aceleraram, “mantendo-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”.

Contextualização
O Copom destacou, entre expectativas e riscos de alta inflacionária, a maior persistência das pressões inflacionárias globais; a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país; e políticas fiscais que impliquem na sustentação da demanda agregada.

“A reorganização das cadeias de produção globais, já impulsionada pela guerra na Ucrânia, deve se intensificar, com a busca por uma maior regionalização na cadeia de suprimentos. Na visão do comitê, esses desenvolvimentos podem ter consequências de longo prazo e se traduzir em pressões inflacionárias mais prolongadas na produção global de bens.”

O documento acrescenta que a inflação ao consumidor segue elevada, “com alta disseminada entre vários componentes”, e que ela tem se mostrado “mais persistente que o antecipado”, mantendo, inclusive, a alta nos preços de serviços e de bens industriais. “Os recentes choques continuam levando a um forte aumento nos componentes ligados a alimentos e combustíveis.”

Petróleo e energia
O Banco Central lembra que as expectativas de inflação para 2022, 2023 e 2024, apuradas pela pesquisa Focus, encontram-se em torno de 8,5%, 4,7% e 3,25%, respectivamente. Optou-se, então, por manter a premissa de que o preço do petróleo seguirá próximo à “curva futura pelos próximos seis meses”, terminando o ano em US$ 110/barril, passando então a aumentar 2% ao ano a partir de janeiro de 2023.

“Além disso, adota-se a hipótese de bandeira tarifária amarela em dezembro de 2022, de 2023 e de 2024. Neste cenário, as projeções de inflação do Copom situam-se em 8,8% para 2022, 4,0% para 2023 e 2,7% para 2024”, diz a ata.

com informações da Agência Brasil


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