O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, afirmou em entrevista que os exercícios militares que lançados pela China como protesto pela visita da presidente da Câmara dos Representantes (equivalente a Câmara dos Deputados) dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, fazem parte um plano de ação para uma invasão.
“A China tem usado os exercícios de seu manual militar para se preparar para a invasão de Taiwan”, afirmou Wu, complementando que “o país realiza exercícios militares em larga escala e lançamentos de mísseis, bem como ataques cibernéticos, desinformação e coerção econômica, na tentativa de enfraquecer o moral público em Taiwan”.
“Após a conclusão dos exercícios, a China pode tentar tornar rotina suas ações, na tentativa de destruir o status quo de longo prazo no Estreito de Taiwan”, finalizou Wu, pedindo maior apoio internacional para impedir o controle efetivo do estreito.
A China, por sua vez, disse que Wu é um defensor “obstinado” da independência de Taiwan e afirmou que seus comentários “distorcem a verdade e obscurecem os fatos”. Já uma autoridade do Pentágono afirmou ontem (8) que a avaliação dos Estados Unidos é de que a China não tentaria invadir a ilha nos próximos dois anos.
Taiwan é uma ilha governada de forma independente desde o fim de uma guerra civil em 1949. Porém, a China considera a ilha como parte do seu território. A tensão entre os dois países se intensificou na semana passada, quando Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos EUA e feroz crítica da China, visitou a ilha separatista, se tornando a mais alta autoridade norte-americana a visitar o local desde 1997.