O governo brasileiro anunciou que irá lançar o Plano Nacional de Fertilizantes já na próxima sexta-feira (9). O anuncio acontece em meio a guerra entre Ucrânia e Rússia, que ameaça grande parte dos fertilizantes importados pelo país. A expectativa era de que o plano fosse lançado apenas no final do mês, no entanto, segundo informações da Reuters, a assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura confirmou que antecipou o lançamento.
Os fertilizantes, especialmente nitrogênio, fósforo e potássio, são largamente utilizados pelo setor agrícola brasileiro, mas 80% deles são importados, e a Rússia e a Bielorússia são dois dos principais fornecedores do produto ao Brasil. No momento, no entanto, em decorrência das sanções econômicas aplicadas contra russos e bielorrussos, por causa da invasão à Ucrânia, o Brasil não tem conseguido trazer os fertilizantes destes países. Na última sexta (4), o governo russo pediu para que fabricantes de fertilizantes suspendessem a exportação do produto.
Apesar de coincidir com uma crise de abastecimento do produto, o plano vinha sendo pensado há mais tempo, segundo a ministra Tereza Cristina. “Esse plano está pronto, não foi por causa desta crise. Isso nós pensamos lá atrás, de que o Brasil, uma potência agro, não poderia ficar nessa dependência, do resto do mundo, de mais de 80% nos três produtos, de vários países”, disse a ministra durante uma live com o presidente.
Um grupo de trabalho chegou a ser formado há quase um ano e envolveu representantes de nove ministérios. Segundo Teresa Cristina, o plano trará um diagnóstico sobre a oferta de fertilizantes no Brasil e poderá ter como resultado, por exemplo, propostas legislativas para facilitar a produção de fertilizantes no país, como regras de licenciamento ambiental para exploração de jazidas e até permissão para extração dos minerais em terras indígenas.
Durante coletiva de imprensa na quarta-feira passada (2), a ministra da Agricultura afirmou que o estoque de fertilizantes para o agronegócio no Brasil está garantido até outubro e garantiu que não há problemas com a safra neste momento. Porém, a safra de verão, no final de setembro e outubro, ainda gera preocupação.