Depois da tensão diminuir entre Rússia e Ucrânia, com o anuncio de Moscou que estava retirando parte das tropas da fronteira, a situação voltou a causar preocupação. Os Estados Unidos alegaram na quarta-feira (16) que, ao contrário do que havia sido dito, houve um aumento de sete mil tropas russas nas fronteiras ucranianas nos últimos dias.
O Ocidente já havia recebido a informação de retirada das tropas com ceticismo. O chanceler da Ucrânia, Dmytro Kuleba, tinha dito que só iria acreditar quando visse as tropas indo embora. Autoridades americanas que estão acompanhando de perto a situação voltaram a afirmar que há uma janela aberta para uma possível invasão, mas que seguirão tentando resolver a situação de maneira diplomática.
“Continuaremos a buscar a diplomacia nos próximos dias, enquanto estamos preparados para responder rápida e decisivamente“, afirmou um alto funcionário do governo dos EUA. “A Rússia continua dizendo que quer buscar uma solução diplomática; suas ações indicam o contrário. Esperamos que eles mudem de rumo antes de iniciar uma guerra que trará morte e destruição catastróficas.”
Por outro lado, um relatório da inteligência ucraniana divulgado pela CNN diz que o governo do país acredita que a Rússia não tem tropas suficientes na fronteira para realizar uma invasão de larga escala nesse momento. Com isso, eles afirmam que o que o país vizinho tenta fazer é “desestabilizar a situação interna da Ucrânia“.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, saiu em defesa do país russo ao afirmar que as acusações de que não está sendo realizada a retirada das tropas são infundadas, afirmando que esse processo “levará ainda um bom tempo”.
“Nos últimos dias, nós ouvimos que a Rússia teria conservado um enorme potencial ofensivo nas fronteiras. Mas, é do nosso território que estamos falando. Ao mesmo tempo, ninguém, nenhum representante ocidental mencionou o enorme potencial ofensivo do exército ucraniano que existe na linha de contato ali“, enfatizou Peskov.
Área separatista registra aumento da tensão
A Rússia informou hoje (17) que está tendo um sério aumento de tensão na região do Donbass, ao leste da Ucrânia. A região tem diversos grupos pró-Rússia e a situação pode agravar ainda mais a crise entre os dois países. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que o governo monitora a situação e que “as provocações das forças ucranianas se intensificaram nas últimas 24 horas e a Rússia acredita que a situação pode se incendiar a qualquer momento“.