A Indonésia, maior exportadora de óleo de palma do mundo, anunciou a suspensão da taxa sobre as exportações do óleo vegetal até agosto e ajustou detalhes de taxas progressivas para setembro, em uma tentativa de aumentar os embarques e aliviar os altos níveis de estoque doméstico. A medida visa estimular a demanda global por óleo de palma, que tem sido afetada pela pandemia do coronavírus. A Indonésia espera que a suspensão da taxa de exportação possa ajudar a reduzir o estoque doméstico em 1 milhão de toneladas até o final do ano.
Embora as autoridades do país tenham removido temporariamente as taxas de exportação sobre o óleo de palma, as empresas ainda são obrigadas a pagar pelos embarques. A medida foi anunciada pelo Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, que espera assim estimular as exportações do produto durante a crise causada pela pandemia.
Desde maio, as autoridades têm obrigado as 40 maiores exportadoras de óleo de palma da Indonésia a destinar pelo menos 30% dos seus embarques para o mercado doméstico, uma medida que afeta cerca de 18 milhões de toneladas por ano. A DMO está sendo implementada à medida que a Indonésia enfrenta um aumento nos estoques devido à queda da demanda global.
A Associação Indonésia de Óleo de Palma (GAPKI) saudou a isenção da taxa, mas disse que gostaria que ela fosse complementada com a remoção de DMO, argumentando que a indústria foi severamente prejudicada pela crise de armazenamento, forçando as usinas a limitar as compras de frutos da palma e irritando os agricultores logo antes do pico da safra.
De acordo com o secretário-geral do GAPKI (Associação dos Produtores de Petróleo e Gás da Indonésia), Eddy Martono, a prioridade para o próximo mês é limpar os tanques de armazenamento de produtos petrolíferos e garantir um fluxo suave das exportações nesse setor. A Indonésia tem cerca de 7 milhões de toneladas de óleo de palma em tanques, inclusive em instalações de armazenamento flutuantes improvisadas. O pedido do GAPKI de descartar as regras do DMO não foi respondido pelos funcionários do governo.
O ministro do Comércio, Zulkifli Hasan, disse na segunda-feira que as autoridades estabelecerão um preço de referência do óleo de palma bruto (CPO) a cada duas semanas, em vez de mensalmente. Ele afirmou que isso permitirá que as taxas acompanhem os movimentos de preços mais rapidamente, inclusive quando eles caírem, segundo notícias da mídia.