O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na tarde desta terça-feira o “primeiro pacote de sanções” contra a Rússia. Em um pronunciamento na Casa Branca, Biden adotou um tom mais duro e de ameaças na tentativa de fazer Vladimir Putin, presidente russo, recuar da ideia de reconhecer os territórios separatistas como Estados independentes.
Os movimentos de Putin na última segunda-feira foram classificados pelo presidente norte-americano como o “início de uma invasão russa” e ainda afirmou que isso “é uma violação flagrante das leis internacionais, que merece respostas […] muito além das medidas que nós e nossos aliados e parceiros implementamos em 2014 [Crimeia]. Se a Rússia for mais longe com essa invasão, estamos preparados para ir além com as sanções“.
As determinações incluem inicialmente o corte de financiamento de dois bancos russos, o VEB e o banco militar russo. Com isso, foi cortada a forma como a Rússia pede financiamento nos mercados internacionais (dívida soberana).
Já a partir de amanhã, também haverá restrições a membros de famílias da elite russa. Além disso, os Estados Unidos irá se unir com a Alemanha para garantir que o Nord Stream 2 não avance. Aliados da Otan consideram que o funcionamento do gasoduto russo pode ser usado como pressão contra a Europa.
Biden informou que não tem intenções de lutar contra a Rússia, mas que irá apoiar seus aliados na Otan nos territórios e que já autorizou o envio de mais forças e equipamentos militares aos aliados bálticos na Estônia, Letônia e Lituânia. De acordo com ele, as tropas adicionais enviadas serão suficientes para deixar o contingente equivalente à quantidade de soldados russos na Belarus.
“Não há dúvida de que a Rússia é o agressor, então estamos atentos aos desafios que enfrentamos. […] No entanto, ainda há tempo para evitar o pior cenário que trará um sofrimento incalculável a milhões de pessoas se agirem como sugeriram”, disse Biden, ressaltando que espera que a diplomacia ainda seja viável.
Na noite de segunda, Biden já havia assinado uma ordem com sanções aos separatistas que estabelecia a proibição do comércio, financiamento e o investimento entre indivíduos americanos e as duas regiões separatistas do leste ucraniano. Além disso foi suspensa a entrada de imigrantes ou não imigrantes que tenham como destino de origem qualquer uma das duas regiões.
O presidente norte-americano afirmou que tomará “ações robustas para que as sanções atinjam a economia russa e não a nossa [dos EUA]“. Confirmando que “qualquer que seja o próximo passo da Rússia, responderemos com união, clareza e firmeza” e que se os russos continuarem com essa movimentação [de invasão à Ucrânia] irá pagar um preço mais alto, com mais sanções.