O premiê alemão Olaf Scholz alertou nesta terça-feira (3) que as sanções ocidentais contra a Rússia devem durar anos. Ele deixou claro que os boicotes ao país presidido por Vladimir Putin só irão parar quando houver um acorde de paz entre russos e ucranianos.
“Vladimir Putin calculou mal se previu que poderia ganhar territórios na Ucrânia, declarar um fim das hostilidades e ver países ocidentais retirarem sanções“, disse Scholz à imprensa. “Não retiraremos as sanções a menos que ele chegue a um acordo de paz com a Ucrânia, e sabemos que não há sinais de que ele vai fazer isso rapidamente“, completou.
Nessa semana, a União Europeia avançou com as conversas para boicotar a energia russa. Segundo informações da AFP, o novo pacote de sanções prevê que a UE coloque em prática um fim gradual das compras de petróleo russo em um período de seis a oito meses. As exceções ficariam com Hungria e Eslováquia, que são totalmente dependentes do petróleo russo e poderiam continuar as negociações com os russos até 2023.
Segundo o governo alemão, quando a guerra começou a Rússia era responsável por fornecer 35% do petróleo consumido na Alemanha e eles já conseguiram diminuir para apenas 12%.
“Queremos parar de comprar petróleo russo, mas precisamos de um pouco de tempo para garantir que possamos ter outras fontes em nosso país“, disse Jörg Kukies, assessor de Scholz, destacando que a maioria das refinarias alemãs já está comprando petróleo de outros fornecedores.
As sanções acabam prejudicando também os países europeu, que precisam encontrar novos fornecedores para não ficarem dependentes da Rússia. “Como europeus, estamos preparados para suportar a pressão econômica para ajudar a Ucrânia […] Mas não há como isso não ter um custo para nós“, disse o ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck. É consenso que o embargo ao petróleo irá aumentar substancialmente o impacto sobre os preços de energia para os consumidores europeus.